Beira-Mar: 12 blocos já foram interditados, após tragédia
Devido a riscos de desabamentos, três prédio foram interditados nesta terça (Rafael Vieira/DP)
A Defesa Civil de Paulista realizou, nesta terça-feira (11), uma vistoria no local do desabamento do bloco D7 no Conjunto Beira Mar, no Janga, que ocorreu na última sexta, e deixou 14. Durante a ação, mais três prédios foram interditados. Ao todo, moradores de 12 blocos de apartamentos tiveram de deixar os imóveis. Alguns deles, já estavam interditados antes e vinham sendo ocupados irregularmente. Muitos, porém, andam com receio de deixar o local, com medo de furtos, que vêm acontecendo à luz do dia.
Dos três blocos interditados ontem, dois já estavam desocupados. Já o D4 começará hoje a retirada dos ocupantes. O sistema de abastecimento de água foi suspenso pela Compesa para evitar colapsos.
A ação foi uma surpresa para a aposentada Liege Gomes. "Não sei para onde vou, nunca pensei que esse prédio ia ser interditado, nunca apresentou problema. Para mim foi uma surpresa e vou ter que procurar uma solução, não por onde começar", disse a aposentada sobre o D4, onde mora há 40 anos.
O D10, por sua vez, apresentou rachaduras depois que os moradores, também originais compradores dos imóveis, erguido entre os anos 1980 e 1990, começaram a retirar seus móveis dos apartamentos. Estão interditados, com isso, dos blocos 1 ao 13.
As vítimas deste desabamento estão sendo cadastradas para o possível recebimento de auxílio (aluguel ou moradia), que em Paulista é de R$ 250, que dependerá de triagem social. Até hoje, podem se cadastrar na Igreja Presbiteriana. A partir de amanhã, na Escola Municipal Paulo Freire, nos arredores do Conjunto Beira-Mar. Também há abrigos para quem precisar. A gestão municipal tem oferecido caminhões para ajudar no transporte de bens.
FURTOS
Moradores relatam a revolta de todos diante da ocorrência de furtos nos prédios interditados. Com a saída das equipes de busca, criminosos têm se aproveitado da falta de segurança para roubar moveis e até eletrodomésticos.
Até torneiras chegaram a ser arrancadas dos imóveis. Por causa disso, potencializado por boatos, pessoas têm se arriscado para retirar pertences, mesmo com a proibição de entrada. O problema é agravado pela falta de iluminação. "Estamos sem informação de quando poderemos pegar nossos bens. Inclusive temos que dormir na rua para olhar nossos pertences", afirmou Danielle Faustino, 29 anos.
A Polícia Militar informou à reportagem, através do 17º BPM, que a unidade disponibilizou uma guarnição para o local. "Caso algum morador queira acionar a PM, pode ligar para o número 190", diz a nota.
Sobrevivente recebe alta no HR
A sobrevivente do desabamento Emily Misael, de 15 anos, moradora do terceiro andar do bloco D7, que desabou em Paulista, recebeu alta hospitalar na noite de segunda-feira (10), após três dias da tragédia. A liberação foi confirmada nesta terça-feira pelo Hospital da Restauração, onde eela stava internada.
No desabamento, a adolescente quebrou a bacia, mas não precisou de intervenção cirúrgica. A jovem foi liberada para se recuperar na casa de parentes.
Ela perdeu os três irmãos, mortos: Guilherme Emanuel, de 12 anos de idade, Pedro Misael, de oito anos, e Ester Misael, de cinco. A mãe, Thaylane, tinha saído de casa para trabalhar quinze minutos antes de o bloco cair.
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