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terça-feira, 31 de outubro de 2023

GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, diz que não haverá cessar-fogo em Gaza

Declaração de Netanyahu foi feita durante coletiva de imprensa em Tel Aviv (foto: ABIR SULTAN/ POOL/AFP)


Para Netanyahu, cessar-fogo significaria uma "rendição ao Hamas"

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descartou, nesta segunda-feira (30), qualquer cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde o Exército avança "metodicamente" e os combates terrestres se intensificam em resposta ao ataque do movimento islamista Hamas contra Israel há três semanas.

 

As forças armadas "ampliaram sua entrada terrestre na Faixa de Gaza. Estão fazendo isso por etapas moderadas e muito potentes, avançando metodicamente passo a passo", declarou o dirigente israelense após uma reunião de seu gabinete de guerra.

 

"Os chamados para um cessar-fogo são chamados para Israel se render ao Hamas. Isso não vai acontecer", afirmou Netanyahu, enquanto os bombardeios e as incursões terrestres se intensificam no pequeno território, em represália ao ataque do Hamas, cujos combatentes entraram em Israel em 7 de outubro e deixaram cerca de 1.400 mortos.

 

Em sua incursão, os milicianos sequestraram também a 239 pessoas, segundo as autoridades israelenses. O mundo deve pedir a libertação "imediata e sem condições" dos reféns, acrescentou Netanyahu, que enfrenta uma pressão crescente sobre o destino dessas pessoas.

 

O Exército anunciou ter resgatado Ori Megidish, uma soldado sequestrada e mantida como refém pelo grupo islamista desde o violento ataque em solo israelense. Até agora, quatro mulheres foram libertadas pelo Hamas.

 

Os bombardeios de represália de Israel provocaram mais de 8.300 mortos em Gaza, incluindo 3.457 crianças, segundo o último balanço das autoridades de Saúde do território palestino governado pelo Hamas desde 2007.

 

 

Incursão perto da Cidade de Gaza

 

Nesta segunda-feira, "dezenas" de tanques israelenses realizaram uma incursão nas imediações do distrito de Zeitun, na periferia da Cidade de Gaza, indicaram testemunhas.

 

O Exército israelense indicou que bombardeou mais de 600 alvos nas últimas 24 horas e reivindicou que seus soldados mataram "dezenas" de combatentes em enfrentamentos.

 

Em Jerusalém, as sirenas de alerta antiaéreo soaram e foram ouvidas detonações. 

 

Israel está pendente do destino dos mais de 230 reféns capturados pelo Hamas. O movimento palestino publicou hoje um vídeo que mostra três mulheres apresentadas como reféns. Uma delas pede a Netanyahu que aceite uma troca de prisioneiros para obter sua libertação.

 

No entanto, o mandatário israelense tachou o vídeo de "propaganda psicológica cruel".

 

O Ministério de Relações Exteriores de Israel confirmou a morte de Shani Louk, uma alemã-israelense de 23 anos, sequestrada no festival de música Tribe of Nova.

 

A "nova fase" da guerra, anunciada pelo ministro da Defesa israelense no sábado, aumenta a preocupação de uma escalada regional. Na fronteira com o Líbano, multiplicam-se os enfrentamentos com o grupo Hezbollah.

 

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou, em uma entrevista à AFP, que estava fazendo o possível para evitar que seu país entrasse "na guerra".

 

A violência também aumenta na Cisjordânia ocupada, onde a Autoridade Palestina reportou 120 mortos desde 7 de outubro.

 

Por sua vez, o presidente russo Vladimir Putin acusou os Estados Unidos de ser responsável pelo "caos mortal" no Oriente Médio.

 

 Por: AFP

'Punição coletiva' 

 

Na Faixa de Gaza, 2,4 milhões de palestinos vivem sob "assédio total" desde 9 de outubro. Há escassez de água, comida, medicamentos e combustível.

 

O aumento dos bombardeios na sexta-feira coincidiu com um corte das telecomunicações, mas a rede foi gradualmente restabelecida ao longo do fim de semana. Washington garantiu hoje que pressionou Israel a fazê-lo.

 

A situação é "cada vez mais desesperadora", advertiu neste domingo o secretário-geral da ONU, António Guterres, expressando preocupação pela "punição coletiva" infligida aos palestinos.

 

A agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) informou, no fim de semana, que milhares de pessoas haviam saqueado vários de seus centros em busca de farinha e produtos de higiene.

 

Gaza recebeu ontem 117 caminhões de ajuda com água, alimentos e produtos médicos, segundo a OCHA, a agência humanitária da ONU, que considera este fluxo insuficiente.

 

A ajuda humanitária se acumula diante do posto de Rafah, que liga Gaza ao Egito, à espera de que seja inspecionada por Israel antes de passar, segundo um responsável do governo americano que falou sob condição de anonimato.

A ONU indicou que os dez hospitais do norte da Faixa de Gaza receberam advertências de evacuação de Israel, apesar da presença de milhares de pacientes e de cerca de 117.000 refugiados que buscam proteção dos bombardeios.

 

"É impossível evacuar hospitais cheios de pacientes sem colocar em risco suas vidas", afirmou o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

 

A ONU calcula que há cerca de 1,4 milhão de deslocados dentro da Faixa de Gaza.

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