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terça-feira, 18 de junho de 2019

TODOS RICOS

Cabos e soldados: patrimônio milionário

Diretores de associação de cabos e soldados têm patrimônio milionário
Cinco PMs aposentados acumulam imóveis e carros; bens vêm de bicos, afirmam policiais

O motorista estaciona o Volkswagen Tiguan na chácara com piscinas e campo de futebol em Itanhém, litoral paulista, às 12h17 da última quinta (13). O patrão, com uma lata de cerveja na mão, conversa com o caseiro enquanto retira do porta-malas equipamento de jardinagem.
O homem é um cabo aposentado que faz parte de um grupo de cinco policiais militares de São Paulo, integrantes da cúpula da Associação de Cabos e Soldados, que acumularam patrimônio milionário.
São bens estimados em R$ 11 milhões, apesar de os cabos e soldados da PM paulista ganharem um dos piores salários da categoria no país. Os cinco policiais dizem que acumularam o patrimônio trabalhando na PM e fazendo bicos.
Entre os bens deles estão sobrado na praia, apartamento de alto padrão, chácaras e veículos de luxo, inacessíveis à maioria dos cabos e soldados paulistas, que enfrentam dificuldades financeiras após anos sem reposição salarial.
O homem que desembarcava na chácara é o presidente da associação desde 1995, Wilson de Oliveira Morais, 65. Além dele, integram o grupo quatro diretores, todos cabos aposentados, cujas aposentadorias líquidas variam de R$ 2.436,10 a R$ 5.678,62, e têm patrimônios estimados de R$ 1,5 milhão a R$ 2,9 milhões.
O levantamento dos bens foi realizado pela Folha nos últimos seis meses. Foram consultados cartórios de imóveis em 11 cidades de São Paulo e da Bahia. A reportagem também foi aos endereços que constam nos documentos.
Os nomes dos cinco foram indicados por colegas de farda como tendo padrão de vida incompatível com seus ganhos. Além do cabo Wilson, a lista tem o diretor financeiro Edmilson Aparecido da Silva; o presidente do conselho fiscal, Gilson Braga; o diretor jurídico Marcelo Aparecido Camargo; e o vice-presidente da entidade, Antônio Carlos do Amaral Duca.

Rogério Pagnan   Folha de S.Paulo

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