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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

SANTA CRUZ - SUCESSO SUBIU A CABEÇA

Allan Vieira admite 'soberba' após auge no Santa Cruz, revela dívidas e amor pelo clube

Allan Vieira sobre 2015: "O sucesso subiu para minha cabeça, não escondo isso para ninguém"


Lateral viveu grande fase em 2015, no acesso à Série A, e viu carreira decair após Brasileirão; ele afirma que Tricolor deve salários atuais e ainda de 2016


Pelo Santa Cruz, são mais de 50 partidas em três temporadas. Na primeira delas, em 2015, Allan Vieira viveu a melhor fase. Contratado por empréstimo após boa passagem pelo Londrina, chegou ao Arruda para de pronto assumir a titularidade da lateral esquerda e ser um dos protagonistas no acesso à Série A naquela temporada. Em alta, ao fim do ano, apesar de propostas para deixar o Tricolor, foi comprado junto ao clube paranaense e assinou contrato até o fim de 2018. O longo vínculo mexeria com a cabeça do atleta, hoje com 28 anos. "Acho que me deixei levar pela soberba", admite o atleta.

Fazendo um balanço da atual temporada, Allan Vieira acabou mergulhando fundo ao passado. Avaliou com sinceridade os três anos em que defendeu o Santa Cruz. Revelou dívidas antigas e atuais do Tricolor. Por outro lado, mostrou-se mais um apaixonado pelas três cores. "Sou torcedor do Santa Cruz mesmo quando estou em outro clube", revelou.

Allan Vieira começa suas lembranças por 2015, após se destacar na Segundona pelo Tricolor. "Acho que eu arrebentei na Série B. Fui destaque, renovei contrato, mesmo com inúmeros clubes me procurando. Mas resolvi ficar no Santa Cruz. Acho que também deixei levar pela soberba. Pensei assim: 'Estou bem, ninguém vai me tirar daqui mesmo'. O sucesso subiu para minha cabeça, não escondo isso para ninguém", admite.

O lateral esquerdo começou bem 2016. Fez parte de um dos anos mais vitoriosos da história do Santa Cruz. Foi titular em praticamente todo Campeonato Pernambucano e Copa do Nordeste, competições conquistas pelo Tricolor. Vivendo o ápice da sua carreira, viu o futebol decair lentamente ao mesmo ritmo em que o clube vivia, fora de campo, graves problemas financeiros. "Tiveram inúmeras coisas que aconteceram dentro do Santa Cruz que não só abateram a mim, mas a muita gente. Vocês sabem até hoje as questões de salário que acontecem. Abateu a todo mundo. São esses dois fatos (financeiros e psicológicos) que me fizeram decair", afirmou.

Do total de 33 jogos em 2016, Allan Vieira fez 13 pela Série A do Brasileiro e quatro pela Copa Sul-Americana, todos como titular. Mas, sem atuações convincentes e enfrentando lesões, perdeu espaço no elenco mesmo com a contusão do companheiro de posição Tiago Costa. Ao fim do ano, com salário incompatível para a nova realidade do Santa Cruz, rebaixado à Série B, acabou emprestado. Foi pouquíssimo aproveitado pelo Fortaleza e pelo Red Bull Brasil, clubes que passou entre 2017 e 2018. Acabou aceitando reduzir o salário para voltar ao Arruda jogar a Série C, onde fez 12 partidas - todas como titular. 

"Neste ano, infelizmente, para mim, atleta profissional, joguei muito pouco. Não tive muitas oportunidades antes de voltar ao Santa Cruz, onde fui bem aproveitado pelo fato de já conhecer a casa e fiquei muito feliz em ter voltado a jogar. Queira muito ter conquistado o objetivo do acesso, de voltar à Série B, mas infelizmente não conseguimos. Mas no meu retorno fui ganhando ritmo de jogo e na reta final da Série C, eu fui bem. Fiz bons jogos, deu passes, ajudei muitos meus companheiros. Não ajudei da maneira que eu queria, que era com o acesso", avaliou. 

Dívidas e silêncio

Apesar de se sentir bem no Arruda, gostar do ambiente, das pessoas que fazem o Santa Cruz, Allan Vieira afirma que duas coisas o chateiam muito no clube: as dívidas, que se estendem com ele desde 2016, e o silêncio sobre elas. "Para ser bem sincero, desde 2016 não me pagaram nada. E tem muita gente que acha que o cara não quer correr, não quer nada, o cara tem que sofrer opressão de torcedor", lamenta. "Da Série C, recebi dois meses de salários. Moradia nada, tive que tirar do meu bolso", revelou.

"Para você ter uma ideia, acabou o jogo do Operário-PR (que culminou com a eliminação na Série C), eu chateado, quando cheguei no hotel não queria falar nem com minha família, fui entrar nas redes sociais e tinha gente dizendo que eu tinha entregado o jogo. As pessoas não entendem que existem inúmeras coisas que deixam a gente chateado. Dá vontade de soltar tudo. Quem sofre está nas quatro linhas, quem está de fora sai como santo", acrescentou.

Allan Vieira afirmou que o Santa Cruz não cumpriu o acordo com o ele, negociado ao fim da Série C. "Atualmente são cerca de três salários atrasados. Me chamaram logo na primeira semana depois da eliminação. Fui conversar Fred (Gomes, ex-executivo de futebol do clube), que me prometeu uma coisa e não foi cumprido. está tudo muito parecido com 2016. Ninguém me procurou, ninguém falou nada. Pelo contrário, eu que tenho que procurar", disse. 

Através do Núcleo de Gestão, o Santa Cruz confirmou que há dívidas referentes a 2016 e 2018. Em ambos os casos, o clube pretende sentar com o atleta e negociar as dívidas.


Diario de Pernambuco

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