MPF COBRA LOCALIZAÇÃO DOS DESAPARECIDOS NA GUERRILHA DO ARAGUAIA
NO ARAGUAIA, HOMENS OBSERVAM OS CORPOS DE SUPOSTOS GUERRILHEIROS MORTOS COM AS MÃOS AMARRADAS. (FOTO: ARQUIVO EBC)
RESTOS DE GUERRILHEIROS DO ARAGUAIA PODEM ESTAR EM OIAPOQUE
A Guerrilha do Araguaia foi um movimento de resistência ao regime militar na região amazônica brasileira, no final da década de 1960 e na primeira metade da década de 1970. Segundo o Relatório Final da CEV, ela “foi severamente combatida pelas Forças Armadas, a partir de 1972”. Cerca de 10 mil militares atuaram em campanhas e operações de inteligência para desarticular a iniciativa. “As perseguições aos militantes culminaram na morte e no desaparecimento de dezenas pessoas, entre elas guerrilheiros, camponeses da região e militares, em circunstâncias ainda não devidamente esclarecidas”, conforme o texto.
Além da localização de desaparecidos, o MPF pediu informações oficiais sobre o cumprimento de outras recomendações do relatório. Uma delas propõe a formação em direitos humanos dos agentes do Sistema de Segurança Pública e ações para resgate, conservação e publicidade da memória sobre o período ditatorial.
Além disso, ainda está pendente a recomendação número 10 do relatório, que propõe que seja formalizado “um pedido de desculpas oficial às vítimas de violações aos direitos humanos praticadas pelo governo do extinto Território Federal do Amapá durante a ditadura militar”. O governo tem até o dia 21 de maio, próxima segunda-feira, para dar respostas ao MPF, o que ainda não foi feito. A Agência Brasil também procurou o governo amapaense para obter informações sobre o andamento das ações de cumprimento das recomendações, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Paraná
No Paraná, uma missão de especialistas organizada pela Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos do governo federal vai fazer uma busca no Parque Nacional, em Foz do Iguacu. O objetivo é tentar encontrar informações sobre o paradeiro de militantes que atuavam na resistência contra a ditadura militar.
No Paraná, uma missão de especialistas organizada pela Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos do governo federal vai fazer uma busca no Parque Nacional, em Foz do Iguacu. O objetivo é tentar encontrar informações sobre o paradeiro de militantes que atuavam na resistência contra a ditadura militar.
Na próxima semana, os especialistas ficarão quatro dias trabalhando na região. Em um determinado local do parque, há registros de uma emboscada em 1974 contra integrantes da organização Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), um dos grupos que se organizava para derrubar o regime militar.
Segundo informações da comissão, seis pessoas teriam sido vitimadas pela emboscada: Joel José de Carvalho e Daniel José de Carvalho, Vitor Carlos Ramos, José Lavecchia, Ernesto Enrique Ruggia e Onofre Pinto. Até hoje, os corpos dos militantes não foram encontrados.
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