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sexta-feira, 11 de maio de 2018

NÃO ABALA O PRESTÍGIO

“Não arranha em nada o prestígio das Forças Armadas”, diz general


O secretário nacional de Segurança Pública, general Carlos Alberto Santos Cruz, disse, hoje, que o documento produzido pela CIA "não arranha em nada o prestígio das Forças Armadas". O memorando afirma que o ex-presidente Ernesto Geisel sabia e autorizou a execução de opositores durante a ditadura militar.
Membro das Forças Armadas há 47 anos, o general afirmou que, em um ano eleitoral, a divulgação das informações pode ter sido motivada por interesses políticos.
"Esse é um ano eleitoral. Foram publicadas várias notícias de um número maior de militares participando nessa próxima eleição, e tem que ver também interesses políticos nesse tipo de divulgação. Tem que analisar em profundidade o que diz o documento original e não ficar somente na manchete da interpretação", afirmou.
A afirmação foi feita durante o lançamento da Operação Tiradentes II, realizada em conjunto por todas as corporações militares do país e que vai promover ações de segurança pública em todo o território nacional por 24 horas ininterruptas.
Presente ao lançamento, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que o governo não vai se pronunciar sobre o assunto enquanto não tiver acesso ao documento original.
"O governo não tem o conhecimento oficial de nada que diz respeito a isso. Para se ter um pronunciamento oficial a respeito desse assunto é preciso ter um acesso oficial, de governo a governo, para se poder fazer um comentário que se possa e que se deva fazer no caso das informações serem, de fato, confirmadas", disse o ministro.
O documento sobre Geisel, de 11 de abril de 1974, foi elaborado pelo então diretor da CIA, William Egan Colby, e endereçado ao secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger.
Tornado público recentemente pelo governo americano, o documento foi revelado ontem pelo pesquisador Matias Spektor, da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O memorando relata um encontro entre Geisel, João Batista Figueiredo, então chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), e os generais Milton Tavares de Souza e Confúcio Danton de Paula Avelino, ambos na ocasião no Centro de Inteligência do Exército (CIE).
O general Milton, segundo o documento, disse que o Brasil não poderia ignorar a "ameaça terrorista e subversiva", e que os métodos "extra-legais deveriam continuar a ser empregados contra subversivos perigosos". No ano anterior, 1973, 104 pessoas "nesta categoria" foram sumariamente executados pelo Centro de Inteligência do Exército.
Ainda segundo o relato, o presidente Geisel disse ao general Figueiredo que a "política deve continuar, mas deve-se tomar muito cuidado para assegurar que apenas subversivos perigosos fossem executados".

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