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quarta-feira, 12 de setembro de 2018

PRIMEIRA A NOITE NA CADEIA

Richa passa a noite na cavalaria da PM do Paraná


Preso temporariamente sob suspeita de participação em fraude licitatória, o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), atual candidato ao Senado, irá passar a noite desta terça-feira (11) na sede da cavalaria da Polícia Militar do Paraná.
Richa foi encaminhado no fim da tarde ao Complexo Médico-Penal, mantido pelo governo paranaense, na região metropolitana de Curitiba – mesma prisão que os detidos pela Operação Lava Jato, onde já estão o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e o ex-deputado André Vargas, entre outros investigados.
No entanto, após pedido da defesa, Richa e sua mulher, Fernanda Richa, foram levados para a sede da cavalaria da PM.
Também foram enviados para o Complexo Médico-Penal  ex-secretário de Infraestrutura Pepe Richa, irmão de Beto; o ex-secretário estadual Ezequias Moreira; o empresário Celso Frare; e os investigados Dirceu Pupo e Aldair Petry. Todos devem ficar na mesma ala dos presos da Lava Jato.
Eles foram presos a pedido do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do estado. No mesmo dia, uma nova fase da Operação Lava Jato, que tinha como alvo a gestão de Richa, também foi deflagrada pela Polícia Federal e prendeu o ex-chefe de gabinete do tucano, Deonilson Roldo.
Os investigados são suspeitos de terem participado de fraudes no programa Patrulhas do Campo, de recuperação e abertura de estradas rurais no interior do Paraná. O governo estadual cedia máquinas como escavadeiras, tratores e motoniveladoras a municípios do interior, para a abertura e manutenção de estradas. 
O ex-governador é apontado como chefe de uma organização criminosa que ordenava o recebimento de propinas de fornecedores do governo do Paraná, de acordo com o Ministério Público.
Segundo o juiz Fernando Fischer, que determinou a prisão, “há substratos nos autos que apontam que os investigados se associaram para constituir uma organização criminosa hierarquizada, que, mediante divisão de tarefas, realizaram crimes de fraude à licitação, corrupção e lavagem de dinheiro”.
As prisões ordenadas pela Justiça Estadual são temporárias, válidas por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. A defesa de Richa nega irregularidades e afirma que a operação é “oportunista”.
De acordo com o Ministério Público, foram investidos R$ 70 milhões nas licitações do Patrulhas do Campo. Pelo menos 2.000 km de rodovias foram recuperados ou abertos pelo programa na gestão do tucano, que governou o Paraná entre 2011 e 2018.
No total, 12 pessoas foram detidas, de um total de 15 mandados. Também estão presos o primo de Richa Luiz Abi Antoun; o ex-candidato ao governo do Paraná pelo PTC, Túlio Bandeira; e os empresários Emerson e Robinson Cavanhaga. 
Três investigados ainda não foram localizados: o empresário Joel Malucelli, que está em viagem no exterior; o ex-secretário estadual de Assuntos Estratégicos Edson Casagrande; e André Felipe Bandeira. 

Estelita Haas Carazzai - Folha de S.Paulo

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