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sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

SAÚDE MENTAL

Lula não está bem do juízo


Posso até estar errado, mas passei a desconfiar da saúde mental do presidente Lula. Ele não anda bem da cabeça. Além de assumir um discurso de viés extremamente revanchista, isso notório a partir da vitória sobre o ex-presidente Bolsonaro, está jogando fora uma joia preciosa da sua postura até então elogiada pelos seus mais impiedosos adversários – a arte da política. Queiram ou não os juízes, como diz a canção carnavalesca, Lula é, essencialmente, um animal político.

E como tal, se estivesse bem, jamais teria agredido o ex-presidente Michel Temer, a quem chamou de golpista. Num País rachado ao meio, conforme o resultado da eleição presidencial, a hora é de buscar a pacificação, e não a construção de um discurso belicoso. Lula escolheu José Múcio para a pasta de Defesa justamente por identificar no seu perfil todas as condições do jogo político capaz de apaziguar as Forças Armadas, área sensível do governo passado.

Temer é conhecido como um político educado, articulado, da paz e do consenso. Quando presidiu a Câmara dos Deputados, por dois mandatos, se afirmou como uma grande liderança, empunhando a bandeira do diálogo. Conhecia os deputados um por um e os tratava pelo nome. Por isso mesmo, na Presidência da República não sofreu uma só derrota no Congresso, sendo reconhecido nas duas Casas – Senado e Câmara – como o chefe de Estado de melhor relação com o parlamento.

O ranço de Lula com Temer tem origem no impeachment de Dilma, mas ele não pode governar olhando pelo retrovisor. Quando escolhido vice na chapa de Dilma pelo então PMDB, nem Lula nem a própria candidata queriam que ele fosse o candidato. Na visão deles, além de não agregar eleitores, Temer era “voraz em demasia quando reivindicava posições para o partido”. No entanto, Temer mantinha um controle total no PMDB e por isso mesmo foi escolhido.

No período da pré-campanha, quando foi questionado como seria sua atuação como vice-presidente da República, afirmou: “Serei vice nos limites da Constituição. Quando ocupo um cargo, cumpro a tarefa Constitucional. Serei extremamente discreto, como convém a um vice. Ao chamar a atenção para um potencial problema da união PT–PMDB em um futuro governo, o historiador Luiz Felipe de Alencastro disse: “Uma presidenciável desprovida de voo próprio na esfera nacional, sem nunca ter tido um voto na vida, estará coligada a um vice que maneja todas as alavancas do Congresso e da máquina partidária peemedebista.

Na Convenção Nacional do PMDB, realizada em 10 de julho de 2014, Temer foi confirmado como vice de Dilma novamente. A presidente discursou na convenção e elogiou o vice: “Ele sabe aproximar as pessoas, unir e desarmar os espíritos”, disse Dilma. Os 40% de opositores à reedição da aliança, entretanto, foram mais altos que em 2010, quando apenas 15% eram contrários. A ala dissidente argumentou que o governo Dilma não incluiu o partido nas decisões e criticou o comportamento dos petistas de privilegiar candidaturas próprias aos governos estaduais em vez de formar alianças com o PMDB.

Medo de impeachment 

Ao fazer isso, Lula também revela um certo temor reverencial do impeachment, ainda que isso não esteja nem de longe no horizonte. Afinal, é o instrumento que assombra qualquer presidente brasileiro desde que Fernando Collor caiu em 1992, pela facilidade com que é invocado. O raciocínio de Lula tem lógica: esticar ao máximo o crédito que ganhou na condução da crise. Resta saber o real impacto disso, dado que a resposta de Temer, sugerindo ao presidente que trabalhasse sem olhar no retrovisor, é exatamente o que boa parte da classe política diz de forma reservada. 

E Simone não é golpista? 

 Ao perder a cabeça e atacar Temer, Lula esqueceu que tem como ministra a também “golpista” Simone Tebet, que quando senadora votou pelo impeachment de Dilma. Esqueceu ainda que tem como vice Geraldo Alckmin, também apoiador do afastamento da petista. Aliás, o próprio PSB, partido de Alckmin, foi favorável ao afastamento. Há, por sinal, uma extensa lista de políticos e partidos que apoiaram o impeachment e hoje integram o governo.

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