Família de Lucas Lyra mostra confiança no caso: 'não queremos mais Lucas na estatística'
"Nosso desejo é que a justiça seja feita. Violência gera impunidade", declarou a irmã da vítima
Júri popular está em andamento no Fórum Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra. O julgamento iniciou às 9h e tem previsão de término ainda hoje
Na manhã desta segunda feira, foi iniciada no Fórum Rodolfo Aureliano a sessão, ainda em andamento, do júri popular do réu confesso no caso do torcedor do Náutico, Lucas Lyra, baleado em frente aos Aflitos, em fevereiro de 2013. A família, apesar da espera de pouco mais de cinco anos, mostra confiança na justiça: ‘não queremos que mais casos como o de Lucas virem estatística’.
Acusado de efetuar disparo na cabeça do torcedor do Náutico na frente da sede do clube, na época com 19 anos, o ex-prestador de serviços e réu confesso do caso, José Carlos Feitosa Barreto, está respondendo por tentativa de homicídio qualificado- quando a vítima não tem chance de defesa.
Questionado pelo juiz Ernesto Bezerra, que está conduzindo a sessão, sobre a ocorrência, o réu declarou ter efetuado o disparo, mas não de maneira proposital. Depoimento esse também presente na fala do seu advogado, João Vieira Neto. “As imagens no dia do fato ajudam sobremaneira a defesa. Pelas condições no dia em que aconteceu, certamente, a arma atirou acidentalmente”, concluiu.
Perto do início da sessão, Lucas chegou acompanhado da mãe, Cristina Lyra, e de uma equipe de socorristas e técnicos de enfermagem. Foi o primeiro a dar depoimento e, em seguida, deixou o Fórum devido às fortes dores que sente. Antes de ser levado para casa, o promotor do caso, André Rabelo, perguntou à vítima como ele se sentia hoje e obteve como resposta: “antes eu vivia. Hoje, somente sobrevivo”.
Única testemunha de defesa, a perita criminal Dulcy Maria Pereira, que fez o laudo do crime, explicou sobre as técnicas utilizadas para identificar a presença de sangue e chumbo na camisa de Lucas. “O método utilizado na perícia é sensível e específico para detectar sangue humano, o cromatográfico colorimétrico”, pontuou. De acordo com ela, foi identificada a presença de sangue na camisa, mas “não se pode afirmar com convicção sobre o chumbo”.
De acordo com a irmã da vítima, Mirella Lyra, a Pedrosa, empresa de transporte coletivo que contratou José Carlos para segurança da prestadora de serviços, não está arcando, como determinado na justiça, com o tratamento médico de Lucas Lyra. “O tratamento dentário, por exemplo, a Pedrosa, não está arcando. Assim, meu irmão (Lucas) teve regressão na arcada dentária. Voltou a comer só alimentos pastosos”, expôs. O julgamento tem previsão de terminar ainda nesta-segunda feira.
Diario de Pernambuco
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