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quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

FEDERAÇÃO RICA E CLUBES PAUPÉRRIMOS

Pela 9ª vez, balanço da FPF registra superávit e clubes já devem R$ 13 milhões à federação



A evolução dos empréstimos cedidos pela FPF, com forte aumento após o fim do TCN, em 2016.

Pelo 9º ano consecutivo, o balanço financeiro da Federação Pernambucana de Futebol apresentou um saldo positivo entre receitas e despesas. O relatório sobre as contas de 2021, auditado em 27 de fevereiro e divulgado um mês depois, aponta um superávit de R$ 4,08 milhões, simplesmente o maior da história da entidade, mesmo num ano bastante afetado pela pandemia. Em doze anos, o período disponível para a consulta dos dados no site, onze tiveram superávit.

A receita total da federação, que tem direito a percentuais em receitas específicas dos clubes, voltou a ultrapassar a marca de R$ 8 milhões após cinco anos. Pra ser mais preciso, o apurado foi de R$ 8,11 mi, o segundo maior já divulgado, só abaixo dos RS 8,50 milhões em 2016, na última temporada com dois clubes locais na Séria A do Brasileiro – na ocasião, com Sport e Santa Cruz. O novo faturamento foi composto por três frentes: receitas técnicas de futebol, com R$ 4,83 mi (59,5%), receitas financeiras, com R$ 1,66 mi (20,5%), e receitas operacionais, com R$ 1,61 mi (19,9%). Em relação aos gastos, a maior parte foi com despesas técnicas com futebol (organização dos torneios), chegando a R$ 3,01 mi, quase o mesmo do ano anterior.

Sem surpresa, com seguidos resultados positivos, ao contrário dos filiados, quase sempre no vermelho, caso do trio de ferro, a federação tornou-se uma enorme credora dos clubes. Em 2010, no demonstrativo contábil mais antigo à disposição, a entidade tinha um crédito de R$ 272 mil juntos aos times, correspondendo a 11,7% da receita anual. De lá pra cá, com Evandro Carvalho assumindo o lugar deixado por Carlos Alberto Oliveira, a FPF viu o seu patrimônio líquido subir de R$ 2,8 mi para R$ 24,7 milhões. E a maior parte disso está no item “créditos a receber de clubes”, que, segundo o documento, se refere aos “adiantamentos concedidos a clubes filiados da federação”. Os valores “não possuem prazos de vencimentos definidos”.

Avaliando esses números, o maior salto ocorreu após o fim do subsídio estatal do Todos com a Nota, com R$ 4,25 milhões a mais em 2016, num Estadual já sem a campanha. No ano passado, o acumulado em empréstimos subiu 17%, totalizando R$ 13,66 milhões, valor já superior ao faturamento anual da FPF. O novo relatório não detalha quanto foi repassado a cada clube, mas esse número explica um pouco, creio, a unanimidade a cada eleição.

Dívidas acumuladas pelos clubes junto à FPF  (via adiantamentos)

2010 – R$ 272.704
2011 – R$ 1.140.592 (+867 mil; +318%)
2012 – R$ 736.205 (-404 mil; -35%)
2013 – R$ 2.101.088 (+1,364 mi; +185%)
2014 – R$ 2.095.731 (-5 mil; -0,2%)
2015 – R$ 3.638.410 (+1,542 mi; +73%)
2016 – R$ 7.984.910 (+4,256 mi; +116%)
2017 – R$ 9.066.666 (+1,171 mi; +14%)
2018 – R$ 9.288.604 (+221 mil; +2%)
2019 – R$ 10.171.511 (+882 mil; +9%)
2020 – R$ 11.609.839 (+1,438 mi; +14%)
2021 – R$ 13.663.110 (+2,053 mi; +17%)

por Cassio Zirpoli 

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