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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

OPERAÇÃO LAVA JATO - COBRANÇA TOTAL

Aécio cobra posicionamento de Dilma sobre Delcídio


O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), cobrou, hoje, um posicionamento da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre a prisão do líder de seu governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS). O senador petista foi preso na manhã de ontem sob acusação de obstruir investigações da Operação Lava Jato. Sua prisão no exercício do mandato foi confirmada pelo plenário do Senado ontem à noite.
Aécio classificou o silêncio de Dilma como algo "extremamente grave e incompreensível" diante da denúncia de que Delcídio articulava um plano de fuga para Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras preso desde janeiro, para impedir que ele fechasse acordo de delação premiada. "É incrível que a presidente da República não se manifeste como se não tivesse absolutamente nada ver com isso, como se os delatores presos, réus confessos e já condenados, como o caso do Cerveró, não tivessem sido indicados pelo seu governo", disse o senador tucano.
"A presidente da República, tão afeita, na época eleitoral, às cadeias de rádio e televisão para comemorar qualquer feito ou suposto feito do seu governo, é incompreensível e reprovável que ela não olhe nos olhos dos brasileiros, em primeiro lugar, para admitir a sucessão de equívocos do seu governo, e, agora, para explicar aos brasileiros a sua responsabilidade em relação a estas denúncias", afirmou.
Dizendo lamentar a prisão "do ponto de vista pessoal", mas vê-la como "necessária" pelo aspecto "institucional", Aécio também criticou a nota divulgada pela cúpula do PT, eximindo-se de prestar solidariedade ao congressista. "Um dos mais sórdidos documentos que demonstram a falta de coragem de um partido político que, ao invés de assumir a sua gravíssima responsabilidade em relação a tudo o que vem ocorrendo no Brasil, é o primeiro a virar as costas para o seu líder e a considerar-se descompromissado de defender aquilo que ele próprio criou. A nota lançada pelo PT, além de inoportuna e covarde, como disse o presidente do Senado (Renan Calheiros, PMDB-AL), vai ficar escrito como um dos mais deprimentes momentos deste partido que, na minha avaliação, vive seu estertores", disse Aécio.
Logo após a entrevista concedida no início da tarde, o tucano divulgou nota reiterando críticas feitas ao governo. "Os novos desdobramentos da Operação Lava Jato reforçam nos brasileiros o sentimento de indignação em relação à forma como o País vem sendo governado. Mais uma vez, depois do mensalão e, agora, no petrolão, reforça-se a convicção de que uma organização criminosa, tentacular, apoderou-se de estruturas do Estado, com o objetivo de manter-se no poder mediante desvio de dinheiro público", afirmou no comunicado.
Apesar de toda indignação, o PSDB não cogita, em um primeiro momento, apresentar representação contra Delcídio Amaral no Conselho de Ética do Senado. Deixará a responsabilidade para Renan Calheiros, também investigado pela Operação Lava Jato.
"Estamos aguardando que a presidência do Senado Federal faça o que achar mais adequado. O mesmo ofício, o mesmo comunicado que a presidência do Senado está enviando ao STF, dando conta da decisão de ontem, envie também ao Conselho de Ética da Casa", afirmou o presidente nacional do PSDB.
Questionado sobre a possibilidade de Renan não representar no conselho, o tucano disse que, só então, discutirão o assunto. "(Se Renan não representar), aí vamos discutir se nós o faremos, o conjunto das oposições. Mas me parece que este começa a ser consenso no Senado Federal: o comunicado feito ao Supremo chega também ao Conselho de Ética", afirmou Aécio.
Estadão Conteúdo

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