A GUERRA ENTRE DUAS SEITAS
No mínimo, inusitado o quadro da disputa em segundo turno para o Governo de Pernambuco, levando-se em consideração as primeiras pesquisas. Num mesmo dia, dois institutos com números completamente díspares, apontam a tucana Raquel Lyra na frente. Um tal de Big Data, que soube ser da Igreja Universal, e o Ipec, que usa como identidade um Ibope, morto por inanição de credibilidade.
O primeiro traz 22 pontos de vantagem para Raquel. O segundo, pasmem, oito pontos. Em quem acreditar? Uma vergonha deslavada! Está na hora de o Congresso impor penalidades a quem manipular pesquisas. O Ibope quebrou por isso. Suas pesquisas eram negociadas de acordo com as necessidades do cliente, segundo denúncia feita antes do seu fechamento.
O jogo está começando apenas. De um lado, Raquel virou do primeiro para o segundo turno porque vestiu a cara do fato novo e está tendo uma enxurrada de apoios. De outro, Marília aposta todas as fichas na força e na popularidade do ex-presidente Lula. No primeiro turno, o petista elegeu Teresa Leitão senadora, mas não foi capaz de repetir a façanha puxando Danilo Cabral.
Mas Marília não é Danilo nem está candidata pelo PSB, embora, sem opção, algumas lideranças socialistas manifestem desejo de votar nela. Marília, hoje filiada ao Solidariedade, tem cara de petista, história no partido, militância de esquerda e identidade com Lula.
Lula, aliás, entrou, ontem, no jogo pernambucano para valer, gravando um vídeo para a propaganda eleitoral de Marília. Mas pode não ser o suficiente para a aliada dar a volta por cima. Como a eleição presidencial virou uma guerra de seitas entre o lulismo e o bolsonarismo, Marília tem que jogar pimenta na arena, cravando Raquel como a candidata dos bolsonaristas em Pernambuco, Estado que o presidente tem elevada taxa de rejeição.
Por Magno Martins
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