Santa ganha fôlego com medida que renegocia dívidas e suspende bloqueios e leilões
Com a medida, o leilão da sede do Santa Cruz foi suspenso (Foto: Paulo Paiva/DP Foto)
O departamento jurídico do clube obteve duas medidas judiciais que suspendem, pelos próximos 60 dias, bloqueios, penhoras e leilões
O Santa Cruz deu um passo importante no processo de reestruturação e organização do seu passivo. O departamento jurídico do clube obteve duas medidas judiciais para dar início às renegociações de forma coletiva. Assim, pelos próximos 60 dias, estão suspensos bloqueios, penhoras e leilões referentes a dívidas em fase de execução. Ou seja, os processos que não cabem mais recurso por parte do clube, avaliados em R$ 26 milhões.
A primeira medida adotada pelo Santa Cruz foi ajuizar uma Instauração de Procedimento Pré-Processual de Mediação e Conciliação, com o objetivo de negociar com seus principais devedores. Em paralelo, diante da intenção de ter uma renegociação com os credores de forma estruturada, o clube requereu uma tutela de urgência cautelar, com o objetivo de suspender de todas as execuções em curso que tenham atos de constrição iminentes.
“Essa suspensão de 60 dias dá um fôlego ao clube para que ele primeiro consiga se reorganizar internamente e administrativamente e, em paralelo a isso, vá convocando os credores para as renegociações. Essas conversas devem ocorrer já agora no final de fevereiro ou no máximo no começo de março. Só estamos esperando que haja uma determinação do formato para conduzir esses processos”, explicou um dos advogados do Santa Cruz, Vitor Soares.
Com essa decisão, os leilões da sede do Arruda e do Centro de Treinamento Ninho das Cobras, que iriam ocorrer nesta segunda-feira e no próximo dia 11 de março, respectivamente, estão suspensos. As medidas foram ajuizadas, em conjunto, pelos escritórios de advocacia Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Sociedade de Advogados, Queiroz Cavalcanti Advocacia e Paurá Advocacia.
A diretoria do Santa Cruz pretende procurar de maneira individual e conversar com cada um dos credores. A intenção é renegociar os débitos e propor uma nova forma de pagamento e garantias para reduzir o montante da dívida. Apesar do processo não estar atrelado diretamente à intenção do clube se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o advogado Vitor Soares admite que esse é um passo importante para o Tricolor atrair investidores.
“A reestruturação do passivo é aliada a reestruturação societária, que está sendo pensada pelo clube. A SAF é um veículo para modernização e atração de investimentos para os clubes de futebol. O Santa Cruz está estudando o modelo da SAF tanto para viabilizar a captação de recursos por meio de investimentos, quanto para financiamentos. Mas esse processo de reorganização das dívidas é um aliado importantíssimo com ou sem SAF”, disse Vitor Soares.
DP
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