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segunda-feira, 4 de abril de 2022

RETOMANDO AS ATIVIDADES

Porto de Galinhas retoma as atividades com movimento fraco e moradores receosos

Foto: Sandy James/Esp.DP


A praia de Porto de Galinhas amanheceu, neste domingo (3), com a movimentação tranquila e abaixo do esperado pelos comerciantes e trabalhadores do turismo. A paisagem do centro chamou a atenção de quem transitava não pela beleza, mas pelas ruas vazias e pelo alto nível do policiamento. Os visitantes voltaram a procurar o destino, no Litoral Sul de Pernambuco, três dias após a morte da menina Heloísa Gabrielle, de seis anos, que foi atingida por tiros durante uma ação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na última quarta-feira (30). 

"Nós chegamos aqui em Porto no domingo passado. No dia seguinte, depois da morte da menina, nós não saímos do hotel. Ficamos impressionados, mas isso é Brasil, estamos sujeitos a tudo", revelou a comerciante Eronita Vieira, que veio do Rio Grande do Sul acompanhada do marido. 

Moradores que não quiseram se identificar -com medo de uma repressão da polícia e das facções locais-, afirmaram que os efetivos fazem rondas durante todo o dia através de carros e helicópteros. A reportagem do Diario de Pernambuco presenciou uma abordagem policial na entrada da cidade de Ipojuca. Mesmo com receio da entrada da polícia, parte dos moradores informaram que agora o sentimento é de tranquilidade e calmaria. 

“A gente vive uma falsa paz aqui em Porto de Galinhas. Agora está tranquilo porque a polícia tomou conta da situação. Antes as pessoas estavam revoltadas com o Bope entrando nas comunidades com medo de que morresse alguém que era inocente, e foi o que aconteceu. As pessoas não querem falar porque têm medo das facções que estão instaladas aqui. Qualquer coisa mandam matar. Ouvi relatos de turistas que precisaram voltar para a pousada andando porque não tinha carro. Agora eu acredito que não vai ter mais nada”, afirmou o morador.

Aos poucos, o comércio retomou as atividades com a abertura da maioria das lojas. Alguns estabelecimentos ainda estavam fechados neste domingo. 

"A movimentação caiu muito. Nós fechamos a loja na quarta-feira, quando tudo aconteceu, e só retomamos o trabalho ontem. Agora nós estamos esperando o recomeço e uma melhora na próxima semana", declarou a lojista Edilma Gomes. 

A saída dos visitantes também foi sentida pelos trabalhadores que ofertam passeios nos pontos turísticos de Porto de Galinhas. O guia Romero Florentino informou que esta foi a primeira vez que sentiu medo no local.

"No dia da morte da menina foi tudo muito assustador. As pessoas iam embora correndo, as lojas fechando, fiquei com medo. Eu trabalho aqui há 17 anos e nunca tinha visto nada parecido. O movimento está muito parado, quase irreconhecível. Eu vi muitas pessoas adiantando a volta para casa".     

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