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quinta-feira, 2 de março de 2023

CRIME DO ROLEX

Arma escondida em hotel em Boa Viagem "entrega" ladrões de Rolex à polícia

Alessandro Orico (de cinza, na direita) é um dos responsáveis pela condução do caso                                                                                                                                                   - Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco (PCPE)

Quadrilha atua em todo o país e investigações para descobrir financiador e esquema de vendas continuam



Dois homens integrantes de uma quadrilha que rouba relógios da marca Rolex em todo o Brasil, após traçar um mapa com "passo a passo" das vítimas, foram presos pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) nesta terça-feira (28). O flagrante aconteceu por conta de uma arma que estava escondida em um hotel em Boa Viagem, onde parte dos criminosos se hospedavam.

Eles foram autuados por porte ilegal de arma de fogo e associação criminosa armada. Um dos detidos, aliás, estava cumprindo pena em regime aberto por roubo de carga, em consequência de um processo judicial em São Paulo.

De acordo com o delegado Alessandro Orico, um dos responsáveis pela condução do caso, as investigações foram iniciadas no mês de julho do ano passado e até agora seis pessoas foram identificadas. Apenas esses dois homens, no entanto, foram presos. O que só foi possível após funcionários de um hotel denunciarem que encontraram uma arma escondida no forro de gesso do teto de um dos quartos. 

“No dia 24 de fevereiro, os policiais foram até o hotel e encontraram uma pistola calibre .38 em um dos quartos. A arma estava sem a numeração e com três munições, sendo uma pinada e duas intactas”, iniciou.

Uma lista com os dados dos hóspedes mais recentes foi solicitada pela Delegacia de Boa Viagem ao hotel. E quatro dias depois, quando os homens retornaram ao estabelecimento insistindo  para ficar no mesmo quarto em que a arma foi encontrada, a Polícia Civil efetuou as prisões. Na listagem havia sido encontrado o nome de um dos homens que já estava sob investigação.

“Após a abordagem, foi realizada uma revista no quarto, sendo encontrado um revólver calibre .32 e oito munições de calibre .38. Um dos homens confessou que a arma encontrada no dia 24, de calibre .38, pertencia aos dois e que ela seria usada em novas investidas criminosas, na prática de roubos de relógios Rolex”, afirmou o delegado. 

O terceiro homem segue foragido, mas teve a sua identidade confirmada. “Questionados sobre o terceiro indivíduo que estaria hospedado, afirmaram que se trata de Cristiano da Silva Pereira, e que esta seria a pessoa que organizava toda operação”, completou.

Rolex e modo de operação

Apenas relógios da marca Rolex, que os preços variam de 42 mil a 300 mil, eram roubados pela quadrilha, que tem presença em todas as regiões do país. O modo de operação foi detalhado por Orico. “Essa organização criminosa atua em todos os estados do Brasil e utilizava sempre a especificidade do Rolex. Eles fazem o estudo da vítima, com itinerários diários e todo o passo a passo. Então, esses estudos eram colocados em um esquema e repassados para indivíduos que vinham de São Paulo, que seguiam o roteiro e faziam as abordagens”, explicou o delegado.

A procura por outros envolvidos na prática de roubos de Rolex continua, inclusive em outros estados. A pretensão agora é descobrir quem está por trás do financiamento da quadrilha e do mercado em que os relógios são vendidos.

“Acreditamos que tem um arcabouço desses crimes, porque os roubos não acontecem só no Recife. Colegas delegados de outros estados do país já haviam entrado em contato comigo, porque sabiam que as nossas investigações eram as mais avançadas. A nossa preocupação agora é encontrar quem financia a organização e recebe esses objetos de alto valor. Há um mercado muito específico, caso contrário eles estariam roubando relógios de outras marcas que têm alto valor”, encerrou. 

Por Ana Beatriz Venceslau

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