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sábado, 4 de março de 2023

PRIMEIRO BIMESTRE

Governo Raquel Lyra completa dois meses e divide opiniões na Alepe

Foto: Rafael Vieira/DP

A governadora Raquel Lyra (PSDB) e a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) completaram, na última quarta-feira (1), dois meses de gestão à frente do Palácio do Campo das Princesas. Após disputar uma eleição no segundo turno e derrotar a candidata do Solidariedade, a ex-deputada federal Marília Arraes, a ex-prefeita de Caruaru, no Agreste, entrou para a história da política local ao se tornar a primeira mulher a assumir o comando do Executivo estadual. A vitória ainda encerrou um ciclo de 16 anos do PSB no poder.

As expectativas em torno do novo governo têm movimentado o meio político e a sociedade civil. O cientista político Pedro Nascimento analisou com cautela os primeiros dois meses da gestão tucana e ressaltou a capacidade de articulação de Raquel Lyra, embora tenha destacado que, daqui por diante, espera-se mais resultados efetivos da gestão, especificamente nas áreas da saúde e segurança pública, dois dos principais setores, segundo ele, que mais têm afetado a população do estado.

“A governadora está mostrando grande capacidade de articulação, conversando com deputados da base e da oposição, inclusive, realizando algumas viagens a Brasília, em busca de melhorias para o estado. Observamos ainda que algumas iniciativas em torno de áreas importantes da sociedade têm sido tomadas. Entretanto, após dois meses de mandato, esperava-se propostas e ações mais efetivas, principalmente em relação à saúde e segurança pública”, analisou o cientista, ao citar que a reforma administrativa, aprovada no início da segunda quinzena de janeiro, pode ser elencada como a principal proposta da atual gestão até o momento.

Pedro Nascimento explicou ainda que é cedo para dizer se a Raquel tem cumprido as promessas de campanha, mas disse crer que as primeiras movimentações vão ao encontro ao que foi apresentado no período eleitoral. “Algumas ações têm sido tímidas e outras mais ousadas, como a reforma administrativa, mas Pernambuco precisa de ações urgentes para sanar as diversas crises que vem enfrentando. Um dos grandes desafios desse governo é superar a crise da saúde, deixada pelo ex-governador Paulo Câmara (sem partido). Além disso, Raquel precisa ter um olhar atento à questão da formulação de políticas públicas eficientes, no sentido de combater a violência no estado, que no ano de 2022, cresceu assustadoramente”, pontuou.

Alepe

Entre aprovações e rejeições, a gestão Raquel Lyra tem dividido opiniões na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Líder do Governo na Casa de Joaquim Nabuco, Izaías Régis (PSDB) enalteceu os primeiros 60 dias da administração da correligionária.

“Raquel tem feito as transformações que Pernambuco precisa e provou que vai governar para todos. Chamo atenção para ações de arrumação da casa, como o plano de qualidade dos gastos e auditorias em obras, além do intenso diálogo com prefeitos de todas as regiões, e com as bancadas federal e estadual. Além disso, Raquel tem defendido muitas pautas caras ao estado, a exemplo da Transnordestina, mostrando que Pernambuco está no caminho para recuperar a liderança regional e nacional”, relatou. 

O deputado estadual Rodrigo Farias (PSB), da bancada de oposição à tucana, manifestou opinião contrária. Segundo o socialista, os dois meses da gestão de Raquel Lyra e Priscila Krause foram “desastrosos”. “Algumas ações revelam uma falta de conhecimento da gestão pública e até mesmo de amadorismo. O atual governo descumpriu a lei e não pagou o 13º do Bolsa Família; não divulgou os números da violência no carnaval, mostrando falta de transparência; não pagou os fornecedores de merenda, prejudicando os alunos da rede pública; e, até o momento, há comissionados e terceirizados sem receber salário”, analisou.

A deputada estadual Débora Almeida (PSDB), aliada de primeira hora de Raquel, também apresentou sua perspectiva sobre os meses iniciais da colega de partido. "Esses dois primeiros meses foram mais para sentir e organizar a casa. Acredito que nos próximos 30 dias deveremos ter algumas entregas. E ao encerrar os 100 primeiros dias estaremos vendo um direcionamento das prioridades e bandeiras do mandato. A expectativa é do anúncio de uma série de ações nas mais diversas áreas que irão melhorar a qualidade de vida do povo pernambucano", ponderou.

Ex-prefeito do Recife, o deputado estadual João Paulo (PT) classificou como “precipitadas” as decisões de Raquel durante o período de transição e destacou que os equívocos criaram um “pecado original” que afetou diretamente a sociedade. “O governo de Raquel colhe as consequências de uma transição equivocada e de decisões precipitadas que terminaram paralisando a máquina pública. Esse pecado original fez com que os problemas saíssem da esfera administrativa e acabou prejudicando diretamente a população, especialmente aqueles que mais precisam e são os que sentem na pele a ausência do Estado”, disse o petista.

Por: Aliny Agostinho

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