GIF Patrocinador

GIF Patrocinador

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

2018 SEM DINHEIRO

Fora da Série B, Náutico e Santa terão 2018 de aperto

     Retornar aos Aflitos é uma das saídas para o clube alvirrubro arrecadar um pouco mais       Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco


Verba da competição nacional fará falta, o que exige orçamentos enxutos no próximo ano

Sem tirar a responsabilidade dos erros técnicos, ficou claro ao longo da temporada que o calo inicial no planejamento orçamentário foi decisivo para as quedas de Náutico e Santa Cruz na Série B. Ficou difícil manter qualquer esperança a partir do momento em que o bolso pesou. No Timbu, houve evolução na reta final, mas nada que impedisse a tragédia anunciada após a desorganização no primeiro semestre. No Santa, quanto mais os salários eram cobrados, mais o time despencava na tabela. “Austeridade financeira” é o lema que Tricolor e Timbu precisam seguir para não descobrir que o fundo do poço pode ficar bem abaixo da Série C.

Em 2017, o Náutico começou pecando pelo excesso: gastou mais de R$ 1 milhão em salários para tentar o título estadual. Não conseguiu, atrasou os vencimentos e, consequentemente, perdeu suas principais peças. Isso sem falar dos recorrentes bloqueios de verba sofridos sempre que um valor estava prestes a entrar nos cofres. Por conta de dívidas trabalhistas antigas, o clube ainda não recebeu a quantia referente à venda do atacante Erick para o Braga/POR (cerca de R$ 3 milhões). A situação só não ficou pior porque o Timbu conseguiu um empréstimo de R$ 1,5 milhão para custear uma ação contra a Odebrecht, pagamento de parcelas do Profut e para as obras no estádio dos Aflitos.

Sem os R$ 6 milhões da Série B, o Náutico terá um ano apertado. Na Série C, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) arca apenas com viagens, hospedagem e alimentação. Em 2018, o primeiro grande aporte que o clube pode ter é o da Copa do Nordeste (R$ 500 mil), caso os alvirrubros eliminem o Itabaiana/SE, em janeiro, na fase preliminar do torneio. Avançar na Copa do Brasil também é crucial - cada classificação rende quantias que ajudariam a pagar a folha salarial.

Outra boa noticia é que o Timbu já fez parceria com uma empresa privada que investiu R$ 3,3 milhões para finalizar as obras nos Aflitos. Na terça, inclusive, o clube receberá da Prefeitura do Recife toda as licenças necessárias para reabrir o estádio. Ter sua casa de volta trará uma renda maior de bilheteria, sem falar na captação de recursos de patrocínio.

Endividado desde o segundo semestre do ano passado, quando foi rebaixado à Segunda Divisão, o Santa Cruz tenta arrumar a casa antes do fim de 2017. A expectativa é que um plano de pagamento seja elaborado para parcelar os salários atrasados do elenco e dos funcionários. Na última quinta, o presidente Alírio Moraes prestou contas ao Conselho Deliberativo. O balanço mostrou como o clube será entregue ao próximo mandatário. No dia 5 de dezembro, a eleição presidencial, que conta com três chapas concorrendo ao pleito, definirá o futuro tricolor.

Com o rebaixamento à Terceirona, o orçamento coral será reduzido e as folhas salariais do futebol e do setor administrativo, consequentemente, diminuirão. O corte de gastos já é uma realidade no Arruda, independente do presidente eleito. O maior desafio de 2018 é se reestruturar novamente para voltar ao cenário nacional.

Mesmo com quatro competições no planejamento do ano que vem, o aperto será grande. No primeiro semestre, a Copa do Nordeste é a competição mais rentável. Já garantido no torneio, o Santa ganhará R$ 1 milhão. O campeão terá uma premiação total de R$ 3,5 milhões. Diferentemente do regional, o Campeonato Pernambucano garante uma cota que gira em torno de R$ 950 mil. Passar de fase na Copa do Brasil é fundamental para os cofres. As verbas por classificação podem fazer a diferença.

Para Santa Cruz e Náutico, o calendário do Campeonato Brasileiro diminuirá de 38 jogos para o mínimo de 18 e o máximo de 24. Além da queda no número de partidas, os pernambucanos não terão cotas televisas. Só será possível ganhar fôlego financeiro com rendas de jogos (bilheteria), quadro de sócios e através de parceiros. Os três fatores pesarão para a sobrevivência dos clubes.



FolhaPE

Nenhum comentário:

Postar um comentário