NÁUTICO - MISSÃO IMPOSSÍVEL

Técnico admite que evitar queda do Náutico à Série C é 'praticamente impossível'

Roberto Fernandes: "Na questão física, técnica, tática e emocional, esse grupo topou no limite"

Roberto Fernandes, no entanto, garantiu seriedade para os quatro jogos que restam

Aos poucos, a ficha do rebaixamento à Série C parece ter caído no Náutico. Ao contrário do discurso de "não jogar a toalha", mesmo após cada derrota que complicava a vida do time na Série B, as entrevistas depois do revés por 3 a 1 para o Paysandu, na Arena de Pernambuco, eram de resignação com o destino do clube. Um dos que parece já ter aceitado o descenso é o técnico Roberto Fernandes. Apesar de lembrar que matematicamente ainda há algum resquício de esperança, o treinador foi sincero ao admitir que a missão da equipe agora "é praticamente impossível".

Com apenas quatro jogos por fazer, o Náutico só pode chegar aos 44 pontos, caso vença todos. O que, de acordo com matemáticos, ainda representa um alto risco de queda de 65%. "Como matematicamente ainda há possibilidade não posso cravar que é o fim da linha. Mas pela situação da competição acho que se tornou praticamente impossível. Em uma reta final, nem o todo poderoso Internacional vem conseguindo vitórias seguidas e o Náutico vai precisar de quatro e ainda torcer para que três equipes não pontuem mais. É praticamente impossível", repetiu o treinador, que nas três passagens anteriores pelo clube, conseguiu salvar o alvirrubro de rebaixamentos. Duas vezes na Série A e uma na B.

Outro ponto que faz Roberto Fernandes reforçar a missão inglória do seu time nas rodadas que restam é o fato de, segundo o treinador, os jogadores estarem em seus limites. Físicos, técnicos e emocionais. Mesmo assim, o comandante timbu fez questão de ressaltar que as rodadas finais serão encaradas com seriedade dentro do elenco.

"Esse grupo já foi dentro do que se pode cobrar. Uma cobrança a mais em cima desses jogadores beira a crueldade. Nenhum jogador mandou carta ou e-mails para vim jogar no Náutico. E jogar no Náutico tem um peso. E esse grupo teve um crescimento. Basta ver o que fez nesse segundo turno. Mas para evitar o rebaixamento, esse time teria que fazer uma campanha de quarto colocado. E esse grupo talvez não tenha condições de ser um quarto colocado", analisou.

"Mas vamos continuar trabalhando. Contra o Londrina (sábado, novamente na Arena) não vamos brincar. Vamos entrar em campo em busca da vitória, como fizemos em todos os jogos desde que estou aqui. Mas na questão física, técnica, tática e emocional, esse grupo topou no seu limite", encerrou o comandante timbu.

Diario de Pernambuco