Polo infantil do carnaval do Recife termina com gosto de quero mais
Taylinne Barret/DP Fotos
Crianças, mães e pais se despediram do Polo Infantil da Aurora, no Recife, compartilhando com atrações do evento a certeza de que a iniciativa precisa se repetir no próximo carnaval. “Viemos só pra isso”, disse Aveilson Santana, com o pequeno Pedro, 4 anos, nos ombros, comendo pipoca enquanto assistiam à apresentação do Maracatu Nação Sol Nascente, que abriu a programação “Recife Matriz da Cultura Popular”.
Líder do grupo, Tiago Batista Barbosa Ferreira também gostou de se apresentar, mas queria mais tempo para explicar. “Muito turista acha bonito, mas com mais tempo poderiam sair entendendo o que é maracatu”, diz.
Raciocínio idêntico ao da professora Betânia Gonçalves da Silva, que conseguiu que o filho Marco Antonio, 12 anos, acabasse participando da apresentação. “É importante haver a apresentação porque desperta a curiosidade, mas seria interessante aproveitar para explicar”. raciocina.
Tiago e Betânia se referem ao fato de que o maracatu não é meramente uma brincadeira, mas envolve uma religião de matriz africana e, por perseguição religiosa chegou a ser proibida, como o próprio Maracatu Nação Sol Nascente impedido de se apresentar após o carnaval de 1937, até ser resgatado, em 1986. De modo semelhante, a segunda atração da tarde desta terça-feira, Caboclinhos Tainá, também reflete outra religião de matriz africana.
Conhecimentos que passam ao largo da animação de crianças como Milena Maria Carvalho, 7 anos, e de mães e pais como a administradora Magdala Carvalho e o motorista de ônibus Ronilton Serafim, residentes na Várzea. “Viemos só para isso. Gostamos muito!”, resumiu Ronilton, esperando o restante das atrações, que, segundo a programação, incluiria a Cia de Frevo Kids, a Orquestra 29 de Maio, Tio Bruninho e O Mundo Bita.
Por: Osnaldo Moraes
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