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quinta-feira, 27 de junho de 2013

COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Em Montevidéu, uruguaios encaram frio para assistir à derrota da Celeste para o Brasil

Torcedores se aqueceram tomando vinho, cerveja e mate para se aquecerem

Montevideu - Nem o frio de menos de 10 graus espantou os uruguaios. A praça na frente da Intendencia, a prefeitura de Montevidéu, ficou cheia. Um tanto de torcedores fanáticos, outro tanto de gente que largava do trabalho e já se juntava para fazer fé na celeste em frente a um minúsculo telão armado na parede de um prédio de arquitetura antiga. Futebol moderno era o que estava em cartaz.

No início do jogo, uruguaios sentados no chão da praça estudavam a partida, assim como jogadores se analisavam dentro de campo. Um certo clima de tensão pairava no ar, todos em silêncio, ainda que um torcedor mais afoito se levantava a todo instante pedindo mais ânimo. A animação só veio, de fato, quando o árbitro apitou pênalti. Mas o sorriso nos rostos logo deu lugar às mãos na cabeça. E os semblantes se mostravam nervosos, todos sabiam que o que vinha pela frente não seria fácil.

Mais gente foi chegando, se juntando de pé aos que estavam no chão tomando mate, cerveja ou vinho para espantar o frio. E um grito uníssono de "uuuu" era indício que o pequeno grupo de brasileiros que assistia ao jogo infiltrados na torcida uruguaia tinha o que comemorar. Júlio Cesar se tornou carrasco de muitos, heroi de poucos.

Intervalo do primeiro tempo e uma gritraria incomum tomou conta da praça. Um grupo de turistas brasileiros, devidamente uniformizados com a canarinha, passava, gerando protestos. Pacíficos, claro. Parece na moda aqui também.

No início da etapa final, com gol uruguaio, a torcida soltou o grito preso na garganta. Vibrou e comemorou como se o fosse o fim do jogo e a vitória estivesse garantida. Verdade que a animação ja era outra. Mas muitos minutos de tensão se passaram, na incerteza se a vibração se repetiria. Close de Neymar no telão, um beijinho e a recepção negativa dos uruguaios. Vaias no ar. Antipatia que só se amplificou com o gol de Paulinho, pouco depois. Parte da torcida começou a deixar a praça. Outra ainda acreditava e mantinha olhos fixos no telão.

Placar final já estava definido. Uruguaios ainda ensaiaram um aplauso no apito final. Mas a satisfação não era sentimento comum. Alguns torcedores brasileiros, em minoria e bastante disfarçados, foram parabenizados. Outros poucos foram ameaçados, mas a polícia chegou a tempo de apartar oa ânimos. No final, torcedores uruguaios seguiram seus destinos, cada um para um lado, para pegar seu ônibus e seguir para casa, como no fim de um dia de trabalho no centro da cidade.


Diario de Pernambuco

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