Em mensagem a Bolsonaro, Macri pede desculpas aos brasileiros por comentário de Fernandez e afirma que maioria do povo argentino não é racista
Segundo fontes do entorno de Macri confirmaram à Agência Efe, o ex-presidente enviou uma mensagem no WhatsApp ao governante brasileiro na qual pedia “perdão em nome da grande maioria dos argentinos”.
Bolsonaro, que mantém fortes divergências ideológicas com o comunista Fernández e apoiou Macri em sua tentativa de reeleição nos pleitos de 2019, já havia revelado mais cedo que trocou mensagens com o ex-Chefe de Estado argentino.
– Não tem nenhum problema entre nós nem com o povo argentino. Rivalidade com a Argentina é só no futebol – disse o presidente brasileiro diante de um grupo de apoiadores aos quais também comentou, sarcasticamente, que para Fernández e para o venezuelano Nicolás Maduro não existem vacinas.
A origem da polêmica remonta à manhã de quarta-feira (9), quando Fernández se referiu em um discurso às ondas de imigrantes europeus que chegaram à Argentina no passado e que constituíram grande parte da identidade social do país.
– Octavio Paz escreveu uma vez que os mexicanos vieram dos índios, os brasileiros vieram da selva, mas nós, os argentinos, chegamos dos barcos – declarou Fernández.
Essas palavras não demoraram a gerar fortes críticas nas redes, onde muitos usuários alertaram que o presidente argentino errou ao atribuir ao Prêmio Nobel mexicano palavras que mais se aproximam da canção de Litto Nebbia, de quem Fernández se considera um fã e amigo.
Na canção “Llegamos de los barcos”, lançada na década de 1980, Nebbia canta: “Os brasileiros saem da selva, os mexicanos vêm dos índios, mas nós, os argentinos, chegamos dos barcos”.
Já o que Paz escreveu é o seguinte: “Os mexicanos descendem dos astecas, os peruanos dos incas e os argentinos dos barcos”.
– Eu não queria ofender ninguém, em qualquer caso, a quem se sentiu ofendido ou invisibilizado, desde já minhas desculpas – escreveu Fernández na própria quarta-feira à tarde.
Apesar das desculpas, o conteúdo da frase pronunciada por Fernández não deixou de ter reações no Brasil e no México, embora Fernández mantenha uma boa relação com o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador
República de Curitiba
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