SEGUE O LÍDER!
A palavra de ordem passou a ser corrente entre todos os alvirrubros, que estão se deliciando com a campanha irretocável que o Náutico vem descrevendo neste início de Série B.
Garantia de acesso? Evidente que não, mas é um bom presságio. Afinal, o assunto em pauta é um campeonato de tiro longo, de pontos corridos, e a contabilidade do time dos Aflitos está perfeita. Com um futebol envolvente, e objetivo, os comandados de Hélio dos Anjos adicionaram todos os pontos que disputaram a sua conta, estão fazendo caixa, poupando para alguma eventualidade que possa surgir no percurso desta longa disputa. E quando chegar o momento de, passar a régua e fechar a conta, ter saldo positivo para "adquirir" o direito de disputar a Série A, no próximo ano.
A contabilidade é simples, uma vez que requer eficiência em apenas uma operação: a soma. Mas muitos treinadores se perdem nesta equação. Por ser um técnico raiz, Hélio dos Anjos, permanece fiel a alguns princípios que são fundamentais para fortalecer e manter o grupo coeso e focado. Avesso ao modismo, ele abomina o "futebol reativo", tão apregoado pelos cronistas da moda.
O futebol tem seus mistérios, mas é fácil de entender, como nos ensinou Enio Andrade e Evaristo de Macedo. O desafio dos treinadores é estabelecer o equilíbrio entre os setores e ter a força ofensiva como ponto de desequilíbrio.
O torcedor alvirrubro que vivenciou as emoções da campanha do hexa, que após cinquenta anos segue sendo um luxo no futebol pernambucano, quando relembra aquele time poderoso, a primeira menção que faz é ao quarteto ofensivo da época: "Nado, Bita, Nino e Lala". Era pra deixar qualquer adversário em pavorosa. Mas o time ainda contava com Lula Monstrinho, Gena, Clóves, Fraga, Ivan, Salomão...
Quando se fala do Santos de Pelé, logo é ressaltado o trio: Coutinho, Pelé e Pepe. E que tal o Flamengo com: Adílio, Zico, Nunes e Tita? Não vamos esquecer o Santa Cruz de Fumanchu, Nunes e Joãozinho. São dezenas de ataques históricos por este Brasil afora, emoldurando os melhores momentos de centenas de clubes
Estamos na quarta rodada do Brasileiro da Série B, mas todos, torcedores e adversários, já carregam, na ponta da língua, a formação do quarteto ofensivo do Náutico: Erick, Kieza, Jean Carlo e Vinícius. Um ataque avassalador que é respaldado pelo excelente futebol de Rhaldney, pelos promissores, Hereda e Bryan e por uma zaga que "deu liga": Wagner e Camutanga.
Os méritos do comandante Hélio dos Anjos: Estuda as teorias do presente, mas não abre mão dos conhecimentos somados na prática. Hélio sabe que o cheiro da comida é mais embriagador que a composição literária das receitas.
O matreiro treinador alvirrubros respeita as preferências religiosas dos seus comandados, mas não abre mão dos seus credos: o banho de sal grosso no vestiário e o uso de defumadores ajudam na "limpeza". Superstição? Quem não as tem? Alguns cenários permanecerão no nosso futebol enquanto as raízes forem preservadas.
A receita do sucesso continua fiel aos princípios de cinquenta anos atrás: time equilibrado com ataque avassalador.
Eis o Náutico de Hélio dos Anjos.
Sigam o líder!
CLAUDEMIR GOMES
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