Apesar de erro, Ana Karina segue em alta na arbitragem de Pernambuco
Daqui a exatos três dias, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. A data é celebrada no mundo todo nas mais diferentes áreas, inclusive no esporte. E quando o assunto é futebol, as mulheres se fazem cada vez mais presentes como torcedoras, jogadoras ou árbitras. Em Pernambuco, o destaque da vez é Ana Karina Marques, 31 anos.
A relação de Ana Karina com o apito começou de maneira despretensiosa, em 2002, quando era aluna do curso de Ciências Biológicas da Universidade Católica de Pernambuco. Até aquele ano, a maior ligação da então universitária com o esporte era o vôlei. Apitar uma partida de futebol profissional, na época, era algo que não se enquadrava nem na categoria "sonho de consumo".
- A princípio, fiz o curso de árbitros por fazer. Fui convidada por um colega (o hoje assistente Marcelino Castro). Nem futebol eu jogava. Treinava apenas vôlei. No curso, vi que a preparação física exige muito, mas tomei gosto.
A entrada de Ana Karina no mundo dos apitos, bola e cartões amarelos e vermelhos ocorreu no mesmo ano em que a mais famosa árbitra pernambucana se aposentava.
- Me espelhei em Maria Edilene. Ela estava saindo do quadro de arbitragem quando entrei. Mas eu queria ser assistente e não a árbitra central – revela, referindo-se à pioneira na participação feminina no quadro de arbitragem de Pernambucano, Maria Edilene de Siqueira. A precursora começou a apitar profissionalmente em 1992 e de 1996 a 2004 fez parte do quadro da Fifa.
O selo “Fifa”, aliás, também conta com o nome de Ana Karina numa prova de que ela está firme na trilha aberta por Maria Edilene. Em Pernambuco, já são mais de 65 partidas, sendo a maior parte na etapa júnior. A lista inclui ainda jogos na Copa Pernambuco e na Série A2 do Campeonato Pernambucano. Na Série A1 deste ano, atuou em algumas partidas de times intermediários – a última delas o duelo entre Central e Salgueiro, no estádio Lacerdão.
Nessa partida, a atuação de Ana Karina foi bastante criticada pelos jogadores do Salgueiro e do Central. Da Comissão de Arbitragem de Pernambuco, ela recebeu nota 6,5 e a incumbência de passar por uma reciclagem, termo que vem sendo bastante utilizado no Estadual deste ano devido aos constantes erros dos árbitros e assistentes.
Apesar da nota abaixo da média, Ana Karina está em alta junto à Comissão de Arbitragem. Pelo menos é o que garante o presidente da instância, Francisco Domingos.
Ela foi bem nos dois primeiros jogos, com notas 8,5 e 9,0, mas na última partida teve problemas na parte disciplinar. Já estávamos nos preparando para colocá-la nos sorteios dos jogos do Náutico, Sport e Santa Cruz. Mas Ana Karina é uma excelente árbitra, teve participações internacionais e tem tudo para fazer uma grande carreira.
Enquanto oportunidades maiores não chegam, Ana Karina vai desafiando os obstáculos dentro e fora de campo, dando guinadas na carreira também longe dos gramados.
- Depois da graduação em Ciências Biológicas, fiz uma pós em Fungos, mas hoje não trabalho na área. Sou sócia do meu irmão em uma empresa de vidros. Em campo, há diferença no tratamento de hoje para quando comecei. No geral, é tranquilo e há respeito nos jogos. Mas em algumas partidas, dependendo da situação, sempre tem alguém que tenta me intimidar só porque sou mulher.
Para o futuro, Ana Karina espera novas responsabilidades para continuar seguindo de perto os passos de Maria Edilene.
- Estou pronta para apitar jogos dos times da capital. Em termos internacionais, a gente sempre pensa em uma Copa do Mundo ou Olimpíadas - conta, mostrando que, dez anos depois, aquela aluna do curso de árbitros não se tornou integrante do quadro da Fifa à toa.
GLOBOESPORTE.COM
Árbitra é a única mulher a atuar na Série A1 do Campeonato Pernambucano de Futebol em 2012
Daqui a exatos três dias, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. A data é celebrada no mundo todo nas mais diferentes áreas, inclusive no esporte. E quando o assunto é futebol, as mulheres se fazem cada vez mais presentes como torcedoras, jogadoras ou árbitras. Em Pernambuco, o destaque da vez é Ana Karina Marques, 31 anos.
A relação de Ana Karina com o apito começou de maneira despretensiosa, em 2002, quando era aluna do curso de Ciências Biológicas da Universidade Católica de Pernambuco. Até aquele ano, a maior ligação da então universitária com o esporte era o vôlei. Apitar uma partida de futebol profissional, na época, era algo que não se enquadrava nem na categoria "sonho de consumo".
- A princípio, fiz o curso de árbitros por fazer. Fui convidada por um colega (o hoje assistente Marcelino Castro). Nem futebol eu jogava. Treinava apenas vôlei. No curso, vi que a preparação física exige muito, mas tomei gosto.
A entrada de Ana Karina no mundo dos apitos, bola e cartões amarelos e vermelhos ocorreu no mesmo ano em que a mais famosa árbitra pernambucana se aposentava.
- Me espelhei em Maria Edilene. Ela estava saindo do quadro de arbitragem quando entrei. Mas eu queria ser assistente e não a árbitra central – revela, referindo-se à pioneira na participação feminina no quadro de arbitragem de Pernambucano, Maria Edilene de Siqueira. A precursora começou a apitar profissionalmente em 1992 e de 1996 a 2004 fez parte do quadro da Fifa.
O selo “Fifa”, aliás, também conta com o nome de Ana Karina numa prova de que ela está firme na trilha aberta por Maria Edilene. Em Pernambuco, já são mais de 65 partidas, sendo a maior parte na etapa júnior. A lista inclui ainda jogos na Copa Pernambuco e na Série A2 do Campeonato Pernambucano. Na Série A1 deste ano, atuou em algumas partidas de times intermediários – a última delas o duelo entre Central e Salgueiro, no estádio Lacerdão.
Nessa partida, a atuação de Ana Karina foi bastante criticada pelos jogadores do Salgueiro e do Central. Da Comissão de Arbitragem de Pernambuco, ela recebeu nota 6,5 e a incumbência de passar por uma reciclagem, termo que vem sendo bastante utilizado no Estadual deste ano devido aos constantes erros dos árbitros e assistentes.
Apesar da nota abaixo da média, Ana Karina está em alta junto à Comissão de Arbitragem. Pelo menos é o que garante o presidente da instância, Francisco Domingos.
Ela foi bem nos dois primeiros jogos, com notas 8,5 e 9,0, mas na última partida teve problemas na parte disciplinar. Já estávamos nos preparando para colocá-la nos sorteios dos jogos do Náutico, Sport e Santa Cruz. Mas Ana Karina é uma excelente árbitra, teve participações internacionais e tem tudo para fazer uma grande carreira.
Enquanto oportunidades maiores não chegam, Ana Karina vai desafiando os obstáculos dentro e fora de campo, dando guinadas na carreira também longe dos gramados.
- Depois da graduação em Ciências Biológicas, fiz uma pós em Fungos, mas hoje não trabalho na área. Sou sócia do meu irmão em uma empresa de vidros. Em campo, há diferença no tratamento de hoje para quando comecei. No geral, é tranquilo e há respeito nos jogos. Mas em algumas partidas, dependendo da situação, sempre tem alguém que tenta me intimidar só porque sou mulher.
Para o futuro, Ana Karina espera novas responsabilidades para continuar seguindo de perto os passos de Maria Edilene.
- Estou pronta para apitar jogos dos times da capital. Em termos internacionais, a gente sempre pensa em uma Copa do Mundo ou Olimpíadas - conta, mostrando que, dez anos depois, aquela aluna do curso de árbitros não se tornou integrante do quadro da Fifa à toa.
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